terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sobre o nosso amor

É, eu podia fazer uma cena de filme. Sair correndo pela multidão e te alcançar, driblar toda a segurança do aeroporto, arruinar aquela grande festa de família fazendo alguma besteira fofa, fazer uma serenata na frente do seu trabalho. Mas não. Isso é amor de filme. Amor de filme, não quero não. Quero amor de verdade.
Amor de cafuné. Amor de respiração no pescoço de manhãzinha. Amor de abraço quente. Amor das coisas que acontecem entre os grandes acontecimentos. Amor pequeno. Bem inho. Quero amor de meu bem. Amor de cala a boca. De pedir desculpa. Amor que tem orgulho. Que bate a porta. Que acaba de vez em quando. Que se cansa das mesmas piadas.
Não precisa de flores não, nem faixa com meu nome, nem aquele anel mais caro. Não quero muito, nem quero de menos. Driblar, só os problemas. Correr, só da tristeza. Arruinar a festa pra quê, melhor curtir junto. Serenata? Me poupe, você nem canta bem.
Mas pode vir aqui e me ajudar a carregar a mala até o taxi, trocar a lâmpada, jogar cartas numa madrugada entediante. Venha nas noites frias e ligue nas noites quentes. A gente pede japonesa ou pizza e assiste metade do filme que você alugou.
E fica até a manhã seguinte.
E se quiser voltar, pode. Mas liga pra avisar.

3 comentários:

  1. amor de cafuné, amor de cala a boca. muito bom.. - Jade

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  2. Simples, grandioso, quente. Como o amor.

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  3. Amor "de verdade" é o amor do dia a dia, é dele que a gente lembra quando esse amor (será?) se vai.

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