sexta-feira, 30 de setembro de 2011

bobeira

minhas ideias são banais
minhas palavras não precisam ser checadas no dicionário
meu vocabulário não é difícil
meus versos são despretensiosos
no máximo, algo nas entrelinhas; nada demais
porque o que eu espero também é muito simples:
um sorriso seu

terça-feira, 27 de setembro de 2011

pecado

Eu escondi versos em seu travesseiro
para que acordasse com poesia
Mas você acordou mal-humorado
não quis saber de alegria

Da próxima vez, lembra de quem dorme ao seu lado
e talvez, só talvez, você acorde bem-amado

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Parava em todos os livros e ia logo para o final. Precisava saber se o mocinho ficava com a mocinha, se a doença era superada, se a dor acabava. Queria só finais felizes. Se não fosse, devolvia para a estante. Mas ela ainda era jovem, e não tinha aprendido que o meio também tem sua graça e que não há estante para tanta decepção. Certo dia, chuvoso e empoeirado, pegou todos os livros que antes tinha descartado e reescreveu os finais.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

eu fico aqui
fazendo versos
tentando poesia
numa agonia
procurando um universo
no qual eu rime com ti

domingo, 18 de setembro de 2011

tempo demais

o tempo perdido
é arrependimento de um tempo passado
o tempo que sobra
está adiantado e vira resto de outro tempo
o tempo que falta
está atrasado e sente saudade de si
o tempo que passa
é só tempo que quer mais tempo
o tempo que corre
perde o tempo de ver o detalhe
o tempo esperado
é ansioso, pede um tempo calmo
o tempo da fila
é sempre demais, quer ser atropelado
o tempo do abraço
é sempre de menos, quer ser alongado
tantos tempos
que às vezes são tão pouco
entrelaçados em tic tacs que transpassam
qualquer tempo

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Eu acredito em acreditar


Criança acredita em cada coisa. Fada do dente, Saci-Pererê, coelhinho da Páscoa, bicho papão, boi da cara preta, Papai Noel, fada madrinha, super-herói, príncipe encantado, duendes, sereias.
Já eu, acredito na Terra do Nunca.

Acredite na inocente sabedoria de acreditar eternamente.  

domingo, 4 de setembro de 2011

vestígios de você

a saudade
faz carinho no coração
quando olho seus olhos
de fotografia
revelados na melacolia
enfeitando meu quarto
no porta retrato
e aporta meu coração
no teu

eu penso em risos
e pra dentro da memória
deslizo
minha mão
folheia a história
tantas lembranças
de uma vida de andanças
se inquieta e aconchega
em pensamentos que vem e vão

sábado, 3 de setembro de 2011

Biscoito

 A maioria das pessoas tem problemas com a despedida, o fim. Medo de colocar ponto final. Finais são tidos como tristes, melancólicos. Já o meu problema, é com inícios. O início é dúvida. E se for verdade que todo fim é um novo começo, ferrou. Só resta o terrível começo. A primeira mordida. E eu quero só o meio, o recheio. Mas assim não vende.