segunda-feira, 28 de março de 2011

os meus olhos são precisos
meus olhares, incertos
vazios de rancor
mas cheios de aconhego
sem comprar nenhum amor

eu fui me esconder
pra ninguém me achar
pra não sofrer, mas que tolice
o caminho de volta perder
e agora não saber voltar

mas vem, que eu tenho
sorrisos pra lhe dar
mas fica, que eu posso
lhe machucar
vamos embora nos procurar

exagero

Sonho tanto,invento tanto
que às vezes nem sei
se o que disse
foi dito ou foi só vontade
se o que escrevo é verdade
ou só necessidade

Busco tanto, procuro tanto
que nem sei se já achei
e passei adiante
ou se está ao meu lado
nada distante
e talvez foi-me escapado

Brinco tanto, quero tanto
que já nem sei
se é sério, meu querer
que só quis saber
se é bem ou mal querer
ou se é só mistério

Ah, é pranto, tanto encanto

sábado, 26 de março de 2011

caso perdido?

Está certo, eu desmoronei
Foi diferente desta vez
A culpa é toda minha
Eu sou uma verdade
vestida de mentira
Eu choro pra dentro
Essa é minha fortaleza
E talvez a minha curiosidade
seja mesmo cruel
Mas não peço desculpas
No fundo, não é maldade
inconsequência ou vaidade
Eu só não sei o que é
Mas é do bem, é por bem
Eu brinco sim,
é brincadeira é inocente
é descrente de ir em frente
Nem sei direito
do que diz respeito
Mas por favor entenda
Eu só menti para mim
Nunca para você
Essa minha segurança
em não querer nada
Essa pretensão
essa certeza incerta
faz parte do meu muro
Eu sentia demais
Então escolhi não sentir
E agora eu sinto essa ausência
de sentimento

sexta-feira, 25 de março de 2011

Sobrenós

Não minto, nem invento
Não faço promessas
que não sei cumprir
Se queres saber, pergunta
Se pergunta, respondo
Eu crio laços
para enfeitar a vida 
Isso aqui, não é sério

Posso dar intenções
Mas nunca darei certezas
que não tenho
Eu sou o talvez, a dúvida
O sopro que já passou
E você pode ser o atrasado
A pressa, a pergunta
sem resposta

Eu só estou vivendo
Eu só estou sobrevivendo
Não me leve a mal
Eu desato os nós
para seguir com a vida

terça-feira, 22 de março de 2011

Seu cheiro já saiu do meu travesseiro. Eu coloquei pra lavar a fronha assim que você foi embora. Preferi estragar qualquer possibilidade de lembrança. Eu não precisava lembrar, precisava presenciar. Mas seu perfume não foi presente. Passou rápido e ficou ausente. Eu apreciei, sim. E agora que passou, esfriou, secou, vou arrumar minha cama.

domingo, 20 de março de 2011

a minha receita, eu invento
sabor não pode faltar
se eu errar na dose
sou eu quem vai provar
o amargo ou o doce
então deixa estar

quarta-feira, 16 de março de 2011

Sei lá

Às vezes eu queria pessoas mais personagens, tipo de filme, interessantes até o último fio de cabelo. Talvez um diálogo daqueles marcantes que você rebobina só pra ouvir de novo ou uma frase que faz você pensar. Mas a vida real também é legal,em sua simplicidade.

domingo, 13 de março de 2011

sexta-feira, 11 de março de 2011

versinho

to meio cansada
dessas coisas do coração
to com um pouco de preguiça
de gastar mais uma confusão

terça-feira, 8 de março de 2011

versinhos para o carnaval

Não liga não, que hoje é carnaval
o amanhã não importa
Pierrots e Colombinas brincam
de fantasiar a vida
Não me leve à sério, hoje não
nem me leve com você
Porque agora somos só de nós
e vamos esquecer as coisas sérias
E depois que o carnaval passar
nada desses dias ficará
Além das lembranças sorridas
de breves encontros
Vai, espera o bloco andar
que eu não tenho pressa na folia
Aproveito a alegria
até depois que a festa acabar
Meu próprio carnaval, eu faço
pra sempre poder pular

quinta-feira, 3 de março de 2011

Passa tempo

Algumas coisas que venho presenciando nos últimos meses me fizeram chegar a uma conclusão: a velhice é feia. Lembrando que falo na questão do tempo e da degradação e não do tempo e do aprendizado, da sabedoria.

Ok, evelhecer é natural, é a vida, mas não é belo. Os movimentos falham. Os sabores palidam. A postura que não obedece. Os olhos que tropeçam. Nem todos estão dispostos a fazer companhia. (Pense nas casas de repouso).Nem todos tem a paciência de esperar - a velhice não conhece o agora. Os cabelos brancos indicam que o tempo está passando. A pele que usa creme para se firmar. As rugas que brotam. e se preenchem artificialmente. O estica e puxa nas salas de cirurgia. Tudo em busca de retardar os sinais de que se viveu já por uns bons ou maus anos ou de afastar uma imagem que dá trabalho, que cansa.

Não sei porque pensei nisso, ainda sou jovem. A juventude não pensa nisso. A juventude vive, e está certa. A juventude é beleza. O tempo da juventude é o agora. O da velhice é o daqui a pouco. O tempo passa e não tem dúvida. Mas ele não é cruel, não é sacana. O tempo apenas está; está para nós fazermos o que quisermos com ele, aproveitá-lo ou não. Tentar retardá-lo, apressá-lo ou retirar os sinais da convivência com ele é bobeira. Sua passagem por nós, o envelhecimento, é consequencia de se viver. E ninguém disse que a vida era fácil. Mas é bonita de vez em quando.