domingo, 12 de junho de 2011

jantar

um vinho, tinto, pra combinar com seus lábios
você pede branco,
para combinar com a nossas mentes
vazias de desculpas
cheias de espaços para transbordar 

um menu sortido, de sortidas dúvidas
o de sempre, pra não errar
escolhi
você, pediu o mesmo
por já gostar

nós jantamos, a nós mesmos
sem garfo ou faca
sujamos o pano da mesa
não limpamos a bagunça 
e rimos na sobremesa

pagamos caro
por nosso fútil luxo
valeu a pena gastar
nosso pecado claro
com o nosso gostar

o gosto fica na mente
na boca, o desejo despejado
no guardanapo de batom
guarda sorrisos bobos e olhares digeridos
mastigamos os sabores de um belo dia frio

a gorjeta
queimamos no microondas

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