Sim, eu estava realmente irritada com aquela situação. E você prosseguiu:
- Para de fazer força; não é força, é jeito.
Essa é uma daquelas frases que todo mundo gosta de falar, mas odeia ouvir. E eu ouvi. Essa frase é uma mentira: tem tampas que precisam de força, tem tampas que precisam de jeito e outras que precisam dos dois. Você acha o que, que todas as tampas do mundo obedecem a algum tipo de regra para a sua abertura? - Eu disse.
Você riu de novo. Eu sentei no sofá, já cansada da minha árdua discussão com a simpática tampa. Talvez ela só não quisesse ser aberta naquele momento, ou nunca,quem vai saber. Às vezes as pessoas não querem conversar, não querem pensar, não querem cantar, sorrir, chorar e muitas outras ações que teriam sido feitas para realizar. Por que não poderia ser o mesmo com as tampas? Ou com uma gaveta que emperra? Então eu coloquei o pote em cima mesa e liguei a Tv.
Parabéns, você ganhou, eu desisto.
Wrak.
Você está na minha frente com o pote em uma mão e a tampa na outra. Eu primeiro lanço um semi olhar de raiva. Eu sabia que você faria isso para provar que conseguia abrir. Mas não, eu ri, e você riu junto.
- Era força; e jeito - você disse.
E nós fomos ver televisão, sem conversar, sem pensar. Só ver televisão.
muito voce ju!
ResponderExcluiradorei a forma de escrita tb..
Beeijos, Jade.
Pra todo tipo de jeito é exigida uma certa força. Seja a força de uma montanha em erupção ou de uma folha de papel.
ResponderExcluirAdorei, mesmo. Vou dizer porque, desculpe se eu escrever demais:
ResponderExcluirFoi brilhante o jeito como você personificou a tampa, pra depois transmitir sua personalidade à personagem. simpática, cansada de falar e discutir, assim é a tampa, assim é a protagonista. O final da crônica é acaba recheado de novo significado, quando o outro presonagem abre a tampa. É claro que provoca risos, que mais havia de provocar? Ao abrir a tampa, supera sua resistência. e também, como a tampa é feita espelho da protagonista, supera seu mal-humor. Usa força e jeito. Um pouco de si, um pouco da protagonista.
Uma cena tão pequena, simples, se tornou muito mais profunda, apenas com uma equivalência: tampa=Eu. Percebo ainda que sem a segunda pessoa, o conflito nunca se resolveria. Nesse conto, a protagonista nunca abriria a tampa. Lutava contra si mesma. era preciso outra pessoa para terminar o conflito, e resgatá-la.
eu não teria explicado melhor, muito obrigada =)
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