segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Lá vem a história


Uma poeta e um músico se apaixonaram. Aconteceu numa noite chuvosa de sábado. Uma barulheira sem tamanho naquele bar. Ele sugeriu irem a um lugar mais calmo. Num impulso ela ofereceu seu apartamento. Conversariam mais , beberiam mais e se conheceriam mais.
Foi amor a primeira vista. Ela não acreditava nisso. Dizia ser uma desculpa dos tolos para seus atos impensados. Ela preferia dizer que era paixão. No fundo, era amor. Ele dizia que era o destino. Ela concordava, para não brigar. Era sorte. O importante é que se entendiam. Alimentavam-se de arte. Todas as noites ele cantava no ouvido dela e ela escrevia mensagens românticas pela casa. Noites de versos improvisados e sopros de saxofone. Uma festa de agudos entre sussurros de amor em um concerto privado.
O tempo foi passando. E as palavras dela já não eram mais suficientes; seus versos não tinham mais graça. E a melodia dele não servia mais. As noites não eram mais de declamações, eram de silêncio. A música parou. A poesia parou.
Eles tentaram de tudo para voltar a como era antes, mas tinham perdido a sintonia. Porém,não desistiram até terem a grande idéia: iriam interpretar! Ele seria o músico e ela seria a poeta. Voltaram ao lugar onde se conheceram para tentar novamente. E assim foi. As noites silenciosas viraram explosão de letras, exclamações e rimas entrelaçadas em diferentes ritmos. Eles precisavam de mais que palavras, mais que melodia, mais que eles mesmos. Eles precisavam da mentira, que não deixava de ser verdade.
Mas essa só mais uma história entre tantas outras mentiras minhas.

2 comentários:

  1. Cara, voce ta escrevendo muito!
    Adorei seu texto! =)
    (Perdoe a falta de acentos, culpa do teclado).

    Beijaao!!

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  2. Não me lembro de vc ter escrito histórias assim antes! Adorei o casal....uma poeta e um músico, com certeza nem tudo seria verdade.
    Ficou lindo!

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