quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Sim, sinto falta
mas não falo de ti
Falta faz comida, saúde
De ti, tenho saudade
Não digo como fraqueza
falo de franqueza
Carinho posto a mesa
que devora a ti
enquando devora a mim

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Lá vem a história


Uma poeta e um músico se apaixonaram. Aconteceu numa noite chuvosa de sábado. Uma barulheira sem tamanho naquele bar. Ele sugeriu irem a um lugar mais calmo. Num impulso ela ofereceu seu apartamento. Conversariam mais , beberiam mais e se conheceriam mais.
Foi amor a primeira vista. Ela não acreditava nisso. Dizia ser uma desculpa dos tolos para seus atos impensados. Ela preferia dizer que era paixão. No fundo, era amor. Ele dizia que era o destino. Ela concordava, para não brigar. Era sorte. O importante é que se entendiam. Alimentavam-se de arte. Todas as noites ele cantava no ouvido dela e ela escrevia mensagens românticas pela casa. Noites de versos improvisados e sopros de saxofone. Uma festa de agudos entre sussurros de amor em um concerto privado.
O tempo foi passando. E as palavras dela já não eram mais suficientes; seus versos não tinham mais graça. E a melodia dele não servia mais. As noites não eram mais de declamações, eram de silêncio. A música parou. A poesia parou.
Eles tentaram de tudo para voltar a como era antes, mas tinham perdido a sintonia. Porém,não desistiram até terem a grande idéia: iriam interpretar! Ele seria o músico e ela seria a poeta. Voltaram ao lugar onde se conheceram para tentar novamente. E assim foi. As noites silenciosas viraram explosão de letras, exclamações e rimas entrelaçadas em diferentes ritmos. Eles precisavam de mais que palavras, mais que melodia, mais que eles mesmos. Eles precisavam da mentira, que não deixava de ser verdade.
Mas essa só mais uma história entre tantas outras mentiras minhas.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A vida conjugada

Na esquina que tem beijo inesperado
tem criança com fome
Tem gente pecando enquanto outros rezam
Esperam ajuda de cima
mas não creem na beleza d'uma estrela cadente
Isso é a vida, que vai seguindo...

A mão que cerra os punhos também afaga
Em um só rosto, tem riso e lágrima
Onde tem desencontro, também tem encontro
No ponto, tem o ônibus que não aguarda
A vida também não espera
Porque ela vai indo ...

Não tem super herói pra salvar o mundo
Mentiras passam na Tv e todos assistem
Não é tão sujo, mas também não é limpo
É mais simples do que se pensa
mas não é preto no branco
Isso é a vida, que continua andando ...

Há felicidade vendida em pílulas
Alegria anunciada nos postes e orelhões
Há lixo na gente e gente no lixo
Mas ninguém se importa
Isso é a vida, que vai passando ...
(sem avisar)

A vida é isso, aquilo, aquilo outro, mais um pouco
Ela ninguém ensina, aponta ou monta
A gente conjuga
O melhor não é vida que passa no gerúndio
é a vida que vive
no presente.

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A química das relações

Ele disse te quero
Fundi-me
Disse te amo
Entrei em ebulição
Ele disse acabou
E eu me solidifiquei

sábado, 14 de agosto de 2010

Desejo

Meu bem querer
Bem-me-quer
mas só até amanhecer

Afinal
Neste fim coloca-se prefixo
Em que o encanto vai de mãos dadas

Meu bem me quer tanto
que mal quer esperar até
anoitecer

Ninguém quer ficar só
no mal-me-quer
de querer só a solidão

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

Pois é

Coisas ruins nos acontecem não porque merecemos ou porque fizemos algo errado anteriormante ou como lição. Coisas ruins simplesmente acontecem. Como todas as outras coisas.

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Eu te conto um conto
Mas não para fazer ponto
Porque eu ja perdi nosso placar
Só estou aqui para brincar